Primeiro caso de HOMOFOBIA no Brasil - Índio Tibira
A história de hoje é sobre o Índio Tibira, homem, maranhense e nem mesmo sabemos sobre sua orientação sexual, isso porque em meados de 1614 época em que se passa essa historia, não existe essa referência de orientação sexual/gênero no brasil. Portanto, não existe.
Enquanto isso, na Europa o conceito de homem já está pré estabelecido, ou seja, o homem é hetero (só se relaciona com mulheres) Mas sempre existiu inúmeros tipos/jeitos de sexualidade, só nunca foram aceitos ou bem vistos.
Há pesquisas recentes de que a grande maioria (se não todas) as etnias indígenas tinham um sistema de gênero tripede : cada pessoa poderia ser: homem/mulher/ ou ambos em maior ou menor grau. Então além de não terem esse conceito negativo que hoje chamamos de pré-conceito com pessoas não normativas, eles lidavam com isso de maneira natural, seja em questão de vestimentas, danças, toda e qualquer performance de gênero masculino ou feminino, se podia tudo.
Anos após a invasão de nosso país que ocorreu em meados de 1500 pelos europeus... Eles trouxeram consigo uma bagagem imensa de questões e regras sociais, econômicas e politicas. O ano de 1612 trouxe consigo a chegada dos primeiros colonizadores franceses a região norte do nosso país, dois anos depois 1614 eles encontraram a tribo indígena tupinambá quando deram de cara com um índio, que acabou tomando o nome de Tibira, isso porque tibira significa homossexual na língua Tupi.
Tibira ao demonstrar uma performance de gênero totalmente diferente do "aceito, correto, adequado" para o papel de um homem europeu em 1614 foi condenado a morte por sodomia, ordem dada pelo Yves d'Évreux (um frei da Ordem dos Frades Menores Capuchinos). Tibira tentou fugir para a floresta por vários dias, mas foi recapturado pelas autoridades francesas. Antes de sua execução Tibira foi batizado pelo Yves d'Évreux em nome de São Dimas. Foi amarrado a um canhão, que o disparou, matando-o. Tibira foi condenado e morto por um crime que ele não sabia que cometeu, ele nem se quer sabia que aquilo era ˜errado˜.
SUAS ULTIMAS PALAVRAS
"Vou morrer, não mais os verei, não tenho mais medo de Jurupari pois sou filho de Deus, não tenho que prover-me de fogo, de farinhas, de água, e nem de ferramenta alguma para viajar além das montanhas, onde cuidais que estão dançando vossos pais. Dai-me porém um pouco de petum (designação do tabaco na língua tupinambá) para que eu morra alegremente, com a palavra firme e sem o medo que me estufa o estômago. "
2014
O ativista LGBT+ Luiz Mott iniciou uma campanha para canonizar Tibira como um santo homossexual, para que esse fosse reconhecido como um mártir. No dia 5 de dezembro de 2016 um monumento dedicado a Tibira foi construído na Casa do Maranhão, durante a Semana Estadual dos Direitos Humanos.
Para mais detalhes do caso do Tibira, e informações: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55462549
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