Jessie J
Termômetro: Jessie J – Burnin Up (Feat. 2 Chainz)
A curiosa carreira de Jessie J continua a ser um mistério complexo e inexplicável. Desde 2011, a britânica tenta firmar seu nome na música pop. Obviamente ela nunca conseguiu mas continua tentando duramente (e com o surpreendente apoio de sua gravadora).
A tentativa da vez é a canção “Burnin’ Up”, mais uma tacada de Jessie no cenário Urban. Impossível negar que ouvindo o single pela primeira vez, até os 15 segundos da canção, você vai se sentir escutando a algum material do Calcinha Preta.
Poucos segundos depois, Jessie entra em ação para exibir mais uma vez seus vocais de grande alcance em mais uma tentativa desesperada de provar que é uma boa cantora e que não merece ser esquecida. A produção, pavorosamente assinada por Ricky Reed, usa e abusa de elementos clichês como suspiros e versos em rap de quinta categoria. A letra, embora tenha sido escrita por oito pessoas (sim, OITO pessoas), parece mais uma bricolagem de versos ruins jogados fora por qualquer adolescente aspirante a compositor.
“Burnin’ Up” é um clássico caso de canção que consegue errar em todos os aspectos: vocais, produção, arranjo, composição originalidade e consistência. Nada na música se salva. É um mistério entender como a gravadora de Jessie continua insistindo tão arduamente em fazê-la acontecer.
A cantora está com todos os esforços e investimentos voltados para emplacar nos EUA. Mas sejamos francos: apenas três singles de Jessie já conseguiram entrar na BIllboard e apenas dois atingiram o Top10 (“Price Tag” foi Top30). Levando em consideração que “Bang Bang” é enxergada pelos americanos como um single de Ariana Grande com participação de Nicki Minaj, resta para Jessie apenas “Domino”, que consegue ser mais esquecível e sem personalidade do que a própria interprete.
Mesmo assim, Jessie continua tentando chamar atenção: seja dizendo que é bissexual (e mudando de ideia pouco tempo depois), seja raspando o cabelo em rede nacional ou mudando seu perfil musical a cada single ou trabalho.
Jessie J tem uma voz potente e fica só nisso mesmo. Não há nenhum diferencial ou marca própria em seu trabalho. Você nunca irá ouvir uma canção e dizer “Puxa, essa música é a cara da Jessie J” e sabe por quê? Porque mesmo com três discos lançados, ela não conseguiu imprimir uma sombra de personalidade em algum deles.
Resta saber se quando sua gravadora se der conta de que não vale a pena investir em Jessie J nos EUA, ela ainda terá público em sua terra natal onde, atualmente, poucos tem dado atenção para seu nome. Talvez seja pelo fato de que hoje, ela seja exatamente aquilo o que ela criticava no seu single de estreia “Price Tag” (seu maior hit por lá): uma “vídeo hoe” qualquer.
Como a própria Jessie J disse em Price Tag: “Precisamos voltar no tempo / quando a música nos unia / e não tinham tantos golpes baixos e vagabundas nos videoclipes / só eu estou de saco cheio?”
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